Trovadorismo
Trovadorismo, também conhecido como Primeira Época Medieval, é o primeiro movimento literário da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galaico-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados.
Classificação das cantigas:
Cantigas de Amor
Cantigas de Amigo
Cantigas satíricas:
Cantigas de Maldizer
Cantigas de Escárnio
Cantigas de amor:
Neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).
“Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
Afonso Fernandes
Cantigas de Amigo:
Enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
Ondas do mar de Vigo
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires o meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires o meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Martim Codax
Cantigas de Maldizer
Através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
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- Roi Queimado morreu com amor
em seus cantares, par Santa Maria,
por uma dona que gran bem queria;
e, por se meter por mais trobador,
por que lh' ela non quiso bem fazer,
feze-s' el em seus cantares morrer,
mais resurgiu depois, ao tercer dia.
Este fez ele por uma sa senhor
que quer gram bem; e mais vos ém diria:
por que cuida que faz i mestria,
enos cantares que fez, á sabor
de morrer i e des i d' ar viver;
esto faz el, que x' o pode fazer,
mais outr' omem per rem nono faria.
e nom á já de sa morte pavor,
se nom, sa morte mais la temeria,
mais sabe bem, per sa sabedoria,
que viverá, des quando morto for;
e faz-s' em seu cantar morte prender,
des i ar vive: vedes que poder
que lhi Deus deu, - mais queno cuidaria!
E se mi Deus a mi desse poder
qual oj' el á, pois morrer, de viver,
ja mais morte nunca eu temeria. Pero Garcia Burgalês
- Roi Queimado morreu com amor
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Cantigas de Escárnio
Nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.
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- "Ai dona fea! Foste-vos queixar
- Que vos nunca louv'en meu trobar
- Mais ora quero fazer un cantar
- En que vos loarei toda via;
- E vedes como vos quero loar:
- Dona fea, velha e sandia!
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- Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
- E pois havedes tan gran coraçon
- Que vos eu loe en esta razon,
- Vos quero já loar toda via;
- E vedes qual será a loaçon:
- Dona fea, velha e sandia!
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- Dona fea, nunca vos eu loei
- En meu trobar, pero muito trobei;
- Mais ora já en bom cantar farei
- En que vos loarei toda via;
- E direi-vos como vos loarei:
- Dona fea, velha e sandia!"
- Joan Garcia de Guilhade
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Para mais informações visitem:
O blog etá bem feito, entretanto preciso da produção original do grupo. Slides feitos pelo grupo
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